75 fatos e curiosidades sobre os 75 anos do Jeep
Há exatos 75 anos, o exército dos Estados Unidos assinava o contrato com a Willys-Overland para ser a principal fornecedora do novo veículo leve de reconhecimento, que já era conhecido pelo apelido de Jeep. O nome acabou sendo registrado e o pequeno 4×4 militar passou a ser vendido para o público civil, originando uma linha de veículos que depois se tornaria uma marca.
Por isso, a partir de hoje (e nas próximas duas sextas-feiras), começaremos a listar 75 fatos e curiosidades (em três blocos de 25) retiradas da rica história da Jeep. Afinal, a marca é responsável por várias primazias, como a criação do segmento de veículos 4×4, invenção do conceito de utilitário-esportivo (SUV) com tração nas quatro rodas, do SUV de luxo, ou ainda a reinvenção da categoria de SUVs compactos, logo com seu primeiro representante no segmento, o Renegade.
1) A pedido do exército dos Estados Unidos, que havia encomendado um novo veículo leve de reconhecimento, o primeiro Jeep foi desenhado e criado para testes em apenas 49 dias pela pequena montadora American Bantam Car Company. Com papel fundamental na Segunda Guerra Mundial, onde foi utilizado para inúmeras funções, o veículo definitivo acabou sendo o Willys MB (M de militar e B por ser o segundo projeto), que teve 645 mil unidades produzidas entre 1941 e 1945.
2) Para o General Dwight Eisenhower, “o Jeep, o (avião C-47) Dakota, e o porta-aviões foram as três ferramentas que venceram a Segunda Guerra Mundial”. O General George C. Marshall foi ainda mais longe e considerou o Jeep como “a maior contribuição da América à guerra moderna”.
3) Alguns argumentam que o nome Jeep derivou da pronúncia inglesa das letras GP, a sigla para General Purpose (uso geral). Mas a teoria mais aceita é que o veículo tomou o nome de um personagem de histórias em quadrinhos chamado “Eugene the Jeep”, da turma do Popeye. Criado em 1936, ele podia fazer qualquer coisa e ir para qualquer lugar.
4) Em 1937, o protótipo de um avião bombardeiro YB 17 havia sido apelidado de “Jeep” por sua boa performance, numa das primeiras citações militares da palavra.
5) O termo Jeep foi relacionado ao veículo pela primeira vez publicamente por Katherine Hillyer no jornal Washington Daily News, em 16 de Março de 1941, quando relatou que ao final de uma demonstração à imprensa, alguém perguntou ao piloto de teste da Willys Irvin Hausmann como ele chamava aquele veículo e ele respondeu: “It’s a Jeep!”
6) O nome “Jeep” foi convertido em um acrônimo por soldados americanos na Coreia. Eles brincaram com a simplicidade do carro, dizendo que significava: “Just Enough Essential Parts” (numa tradução livre, “o mínimo de peças essenciais”).
7) Após a guerra, milhares de Jeep foram deixados para trás em diferentes países do mundo. Isso contribuiu para que a marca ganhasse presença global instantaneamente.
8) Com pouquíssimas modificações, a Willys transformou o MB no CJ-2A, lançando ainda em 1945 o primeiro veículo liberado pelo Exército dos EUA para produção civil. A sigla CJ significa “Civilian Jeep”.
9) O maior símbolo da marca Jeep, sua grade frontal com sete aberturas verticais, surgiu em 1945 com o CJ-2A, o primeiro modelo civil. O modelo militar MB tinha nove fendas frontais. O motivo da mudança foi o tamanho dos faróis, que ficaram maiores e, para isso, foi preciso diminuir a grade dos carros.
10) A banda de rodagem dos pneus do Jeep MB foi feita de forma simétrica, para que quem olhasse o rastro deixado não soubesse para qual direção o carro estava seguindo – uma herança do berço militar. Porém, a característica foi repassada para o CJ-2A.
11) Logo após se tornar um carro civil, o Jeep foi muito usado por fazendeiros em virtude de sua versatilidade e durabilidade.
12) O veículo também era conhecido como AgriJeep, pois com a utilização da tomada de força (power take-off) era possível, por exemplo, compartilhar o movimento do sistema de transmissão a um implemento agrícola.
13) Ainda na década de 1940, a concessionária Gastal, do Rio de Janeiro, começou a importar os primeiros CJ-3A para o Brasil.
14) A família Jeep ganhou em 1947 a primeira picape, que teve produção brasileira entre 1961 e 1982. Outras caminhonetes viriam posteriormente, como a FC (de Forward Control, por conta da cabine sobre o eixo dianteiro), de 1957 a 1965, e a Gladiator, com duas fases no período de 1963 a 1987.
15) Baseado no CJ-3A, o MC, mais conhecido pela sigla militar M38, foi o primeiro Jeep “fardado” depois da Segunda Guerra Mundial. Fabricado entre 1950 e 1952 para as Forças Armadas do EUA, tinha suspensões e chassi reforçados, sistema elétrico de 24 volts, entre outras alterações.
16) O modelo CJ-3A foi atualizado para o CJ-3B, o Universal. A carroceria recebeu capô e grade dianteira mais altos, por causa do novo motor; maior e mais forte. Por esse motivo, aqui no Brasil o carro recebeu o apelido de “Cara de Cavalo”.
17) Logo após a Segunda Guerra Mundial, era difícil produzir novas estamparias. Por isso o Willys Wagon, surgido em 1946, foi desenhado para que as chapas da carroceria pudessem ser feitas por fornecedores de estamparias de geladeiras. O tamanho das estampas e a quantidade de curvaturas e de profundidade foram limitados. Além disso, o painel das portas era oco.
18) O Willys Wagon foi o primeiro SUV 4×4 da história, e o primeiro SUV com a carroceria feita inteiramente de aço, em 1949.
19) Em 1952 surgiu outro modelo militar, o M-38A1 (ou MD), cujo design seria empregado pouco tempo depois no Jeep civil, na geração CJ-5.
20) O CJ-5 se tornaria extremamente popular em todo o planeta, com mais de 600 mil unidades entre as décadas de 1950 e 1980, sendo produzido em vários países, incluindo o Brasil.
21) Em 1953, Mark A. Smith organizou o primeiro passeio para donos de modelos da Jeep pela antiga trilha Rubicon, nas Montanhas Rochosas do norte da Califórnia. Foi o embrião da Jeep Jamboree, uma empresa que realiza passeios pelas principais trilhas off-road dos Estados Unidos e se tornou uma instituição do turismo de aventura.
22) Em 1954, o Jeep CJ-3B começou a ser montado pela Willys-Overland do Brasil, em São Bernardo do Campo (SP).
23) A capacidade multiuso do Jeep era tamanha que a Willys criou nos EUA, em 1955, o DJ (de Dispatcher Jeep), apenas com tração traseira e destinado a uso profissional, como serviços de entregas e correios.
24) A Willys Wagon, aqui chamada de Perua Jeep, que originaria a Rural, começou a ser montada no Brasil em 1956, com o design do modelo americano.
25) Em 1956, a cantora Inezita Barroso fez uma grande expedição com um Jeep cedido pela Willys-Overland do Brasil. De São Paulo até a Bahia, foi recolhendo material para um trabalho etnográfico. O objetivo final era fazer um filme contando a história de Jovita, a cearense que se vestiu de homem para lutar na Guerra do Paraguai, porém a película não chegou a ser realizada.
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