Fórmula E chega à Malásia com Bruno Senna atrás do primeiro pódio
A segunda temporada da fórmula E prossegue neste sábado com o e.Prix de Putrajaya, na Malásia. Bruno Senna, um dos três brasileiros no mundial de carros elétricos ao lado de Nelsinho Piquet e Lucas di Grassi, corre atrás de seu primeiro pódio na categoria, mas sabe que a tarefa não será fácil. A e.DAMS, equipe fortemente sustentada pela Renault, ameaça impor aos rivais o mesmo domínio que a Mercedes vem demonstrando há anos na Fórmula 1. Atual campeã, a e.DAMS colocou a dobradinha formada pelo suíço Sébastien Buemi e o francês Nicolas Prost na primeira fila da abertura do calendário há duas semanas em Pequim. Buemi venceu de ponta a ponta, tornou-se o primeiro piloto a conseguir pontuação máxima numa etapa e já abriu 12 pontos de vantagem sobre o segundo colocado Lucas di Grassi.
Bruno chegou à país asiático nesta terça-feira animado com os progressos revelados neste início de campeonato pela Mahindra Racing, agora gerenciada na pista pela Campos Racing. Na China, largou em 7º, mas enfrentou dificuldades com o rádio e no pit stop que arruinaram suas chances de resultado. O terceiro lugar do companheiro Nick Heidfeld, que largou da mesma posição, acabou sendo comemorado como grande estímulo. Em condições normais, no entanto, a briga na Malásia deverá ser pela última vaga no pódio – Prost também foi derrubado por imprevistos na capital chinesa. “A e.DAMS segue sendo favorita aqui e ao longo de todo o ano”, admite Bruno.
Com a mudança no regulamento que permitiu às equipes desenvolver a caixa de câmbio, o motor e a suspensão traseira, entre outras áreas, o time francês parece ter ampliado a superioridade. O câmbio sequencial de cinco marchas deu lugar a inúmeras alternativas – as possibilidades variam de uma a cinco. A opção da e.DAMS por um de duas marchas – uma apenas para a largada – é uma das teorias para o ótimo rendimento de seus carros, ao minimizar os riscos nas mudanças para cima e para baixo. Além disso, é uma das raras equipes que produziu um carro dentro do peso mínimo de 888 quilos estabelecido pelo regulamento.
Bruno, contudo, acredita que a simples opção de câmbio não justifica isoladamente a força da e.DAMS – em Pequim, Buemi jamais foi ameaçado e completou a corrida 12 segundos à frente de Di Grassi. “É mais uma questão de eficiência no geral”, crê. Ele imagina ainda que o comportamento do câmbio será uniforme durante o campeonato. “Quem for bem num circuito irá bem nos outros”, sustenta. Em Pequim, chamou a atenção a performance decepcionante da NEXTEV, equipe de Nelsinho que adotou uma solução de marcha única e dois motores. “Eles estão com problemas de confiabilidade e devem levar algum tempo até acertar as coisas”, completa.
A programação será cumprida exclusivamente no sábado – marca registrada da Fórmula E para reduzir o impacto das restrições ao trânsito nas cidades visitadas. Depois de uma sessão de treinos livres de uma hora e quinze minutos, os carros retornarão ao traçado de 2,5 quilômetros em quatro grupos de cinco para as tomadas classificatórias de apenas seis minutos cada. Os cinco mais velozes avançam para a Super Pole. A largada está marcada para as 4 horas (Brasília), com transmissão ao vivo da Fox Sports, que também exibirá o qualifying.