Rosberg pode voltar a F1? Veja outros campeões que fizeram isso
O automobilismo foi pego de surpresa com o anúncio de aposentadoria do alemão Nico Rosberg apenas cinco dias após se tornar campeão mundial de F1. Aos 31 anos, Nico, disse que sempre sonhou em ser campeão da categoria máxima do automobilismo e que, agora que alcançou seu objetivo, ele não tinha forças para seguir competindo.
Mas será que isso significa um adeus definitivo, ou apenas um até breve, com o filho de Keke Rosberg retornando as competições num futuro? Essa situação já ocorreu com outros campeões mundiais que se afastaram da categoria, mas voltaram para a F1 anos mais a tarde. Vamos a eles:
Niki Lauda
Bicampeão do mundo pela Ferrari em 1975 e 1977, o austríaco havia se mudado para a Brabham na temporada de 1978. Uma série de problemas com o motor Alfa Romeo V12 minaram o ânimo de Lauda e após os treinos do GP do Canadá, prova em que a equipe passou a usar os motores Ford Cosworth V8, ele comunicou que não tinha mais vontade de andar em círculos e foi embora, indo cuidar de sua empresa aérea, a Lauda Air.
Em 1982 ele voltou a F1 após ser convidado pela McLaren. Lauda sofria com a resistência da Marlboro, patrocinadora da equipe que duvidava que ele pudesse a pilotar em alto nível. A resposta veio logo na terceria prova após o retorno, vencida pelo austríaco. No time inglês, Lauda permaneceu por quatro temporadas, conquistando seu terceiro título mundial em 1984 por apenas meio ponto em cima de seu companheiro de equipe Alain Prost. O adeus definitivo da F1 veio em 1985.
Alan Jones
O australiano venceu a temporada de 1980 após duelar com seu companheiro de equipe Carlos Reutemann e no ano seguinte anunciou sua aposentadoria da categoria. Em 1983, ele disputou o GP dos Estados Unidos pela Arrows mas não completou a prova. Em 1985 aceitou o desafio da equipe Haas (não está que está na F1 atualmente, mas sim a Haas que competiu na F-Indy) e voltou ao circo fazendo a estreía do novo time no GP da Itália, onde também abandonou. A situação se repetiu no GP da Europa e Austrália. Em 1986 Jones voltou com a equipe americana em uma temporada marcada por abandonos. O ponto alto foi a 4ª colocação no GP da Áustria e o 6º lugar na prova seguinte em Monza (GP da Itália). No fim da temporada, a Haas perdeu seus patrocinadores e fechou as portas e Jones deixou de vez a F1.
Alain Prost
Três vezes campeão do mundo pela McLaren (1985, 1986, 1989) Alain Prost se mudou para a Ferrari em 1990, onde perdeu título para Ayrton Senna na fatidica largada do GP do Japão, onde os dois colidiram. No ano seguinte, o carro da Ferrari não se mostrou tão competitivo e os francês passou a criticar publicamente a escuderia italiana. A situação chegou a um ponto insustentável e a Ferrari encerrou seu contrato as vésperas da prova final da temporada na Austrália, com Prost sendo susbstituído na corrida por Gianni Morbidelli.
Dispensado pela Ferrari e sem um lugar competitivo, o francês ficou de fora em 1992, mas armou seu retorno com a Williams e seu carro imbatível na temporada seguinte. Apesar de alguns tropeços, como a rodada na chuva durante o GP do Brasil, levou o caneco em 1993 com folga, garantindo seu quarto título mundial e se aposentando de forma definitiva ao fim do ano.
Nigel Mansell
O inglês conquistou seu tão sonhado campeonato mundial na temporada de 1992, com a imbatível Williams/Renault e sua suspensão ativa. Mas Mansell não ficaria no time no ano seguinte, que optou pelo retorno de Alain Prost a F1. Sem vaga, o inglês se mudou para o Estados Unidos e foi competir na F-Indy, onde se sagrou campeão em 1993.
As portas da F1 se abriram novamente para Mansell com a morte de Ayrton Senna em 1994. O inglês foi chamado para o carro do piloto brasileiro e ao longo do ano se dividiu entre as duas categorias. David Coulthard guiava a Williams nº 2 nas provas em que Mansell tinha compromisso com a F-Indy nos EUA. Em quatro corridas, o bigodudo inglês abandonou o GP da França e da Europa. Debaixo de um dilúvio no Japão foi o 4º colocado, e venceu a prova final na Austrália, marcada pelo acidente entre Damon Hill e Michael Schumacher, que deu o primeiro título para o píloto alemão.
Em 1995 Mansell acertou com a McLaren, mas o inglês não coube dentro do carro e perdeu as duas primeiras etapas, Brasil e Argentina, enquanto o time construia um carro mais espaçoso para ele. A estréia veio no GP de San Marino, onde terminou em 10º lugar. Na corrida seguinte, na Espanha, veio um abandono prematuro e o fim do curto ciclo no time de Ron Dennis. Alegando falta de comeptitividade do carro, Mansell deixou a equipe, e apesar de alguns testes com a Jordan para a temporada de 1997, ele não voltou mais a categoria.
Jacques Villeneuve
Filho da lenda Gilles Villeneuve, o canadense foi campeão da F-Indy em 1995 e da F1 em 1997 pela Williams, onde permaneceu no ano seguinte. Em 1999 passou a defender a BAR, equipe criada por seu empresário Craig Pollock com o dinheiro da empresa de cigarros British American Tabacco. Sem grandes resultados, o destaque da passagem de Villeneuve pelo time foram dois 3ºs lugares na temporada de 2001. Ao fim de 2003, o canadense foi dispensado e passou a maior parte de 2004 parado. Convocado para substituir Jarno Trulli na Benetton nas últimas três provas da temporada, desapontou ao terminar as corridaslonge da zona de pontuação.
Apesar do fraco desempenho, fechou um contrato de dois anos com a Sauber, terminando o ano atrás de seu comanheiro Felipe Massa em 2005. Para a temporada de 2006, a Sauber foi comprada pela BMW e se tornou a equipe oficial da montadora alemã, mas Villeneuve voltou a ser batido pelo seu companheiro de equipe, agora o alemão Nick Heidfeld. Alegando uma lesão após um acidente no GP da Alemanha, ficou de fora da prova hungara, substituído por Robert Kubica. Decidiu abandonar a categoria depois do time sugerir um teste entre ele e Kubica para ver quem ficaria com a vaga de piloto titular.
Michael Schumacher
O maior piloto do ranking da F1, Michael Schumacher conquistou sete títulos mundiais pela Benetton (1994 e 1995) e Ferrari (2000, 2001, 2002, 2003 e 2004) e ao final de 2006 deixou a categoria máxima. Mas com a entrada da equipe oficial da Mercedes para temporada 2010, Schumacher foi chamado para voltar a F1.
Mas o retorno não foi dos melhores. Sem ter um grande carro, a Mercedes não lutava por vitórias e o alemão foi batido constantemente pelo seu companheiro Nico Rosberg. Enquanto o jovem alemão conquistou por três vezes o 3º lugar e terminou a temporada em 7º lugar, o veterano terminou o ano de 2010 em 9º e sem ir ao pódio. Em 2011 a Mercedes tinha um carro ainda pior e coube a Schumacher o melhor resultado do time no ano, um 4º lugar no Canadá. Mas no campeonato Rosberg voltou a ficar na frente em 7º, 13 pontos a mais que Schummy, o 8º colocado.
Com um carro bem melhor em 2012, a Mercedes venceu o GP da China, mas com Nico Rosberg. Schumacher parecia mostrar a velha forma em alguns momentos, e foi ao pódio com um 3º lugar no GP da Europa, disputada nas ruas da cidade espanhola de Valência. Ele ainda foi o pole position no GP de Mônaco, mas com uma punição por ter batido em Bruno Senna na corrida anterior, na Espanha, perdu cinco posições no grid e não saiu na posição de honra. Ao final da temporada, Rosberg mais uma vez na frente, em 9º lugar com 93 pontos conquistados, enquanto Schumacher ficou em 13º com 49 pontos somados. No fim do ano, o time alemão anunciou a contratação de Lewis Hamilton e o heptacampeão ficou sem vaga na F1.
Kimi Raikkonen
Depois de passar por Sauber e McLaren, Kimi Raikkonen foi o campeão do mundo pela Ferrari em 2007. Nos dois anos seguintes não mostrou o mesmo desempenho, apesar de terminado em 3º no campeonato de 2008 e vencido o GP da Bélgica em 2009. Com contrato com o time italiano para 2010, Raikkonen recebeu seu salário normalmente mas não correu, pois a equipe havia chamado Fernando Alonso para o seu lugar. Se dedicou ao rali neste ano e em 2011 voltou as competições fora de estrada e também se arriscou em provas da Nascar, a Stock Car norte-americana.
Em 2012 foi chamado pela Lotus e voltou a F1 mostrando ainda ter lenha para queimar. Com uma temporada constante foi ao pódio em sete oportunidades, incluindo a vitória no GP de Abu Dhabi. Terminou o campeonato de retorno na 3ª colocação. Em 2013, ainda pela Lotus, venceu a corrida de abertura do campeonato na Austrália e voltou ao pódio em outras sete corridas, terminando o ano na 5ª posição. O bom desempenho neste retorno o fez voltar para a Ferrari, onde já tem sua vaga garantida para a temporada de 2017.